Para quem acompanha meu trabalho há um tempo, já deve ter percebido o quanto eu uso esse termo, né? Meu foco, tanto pessoal quanto profissionalmente, é o autoconhecimento, por isso, o hábito de olhar para dentro é necessário. Mas, afinal, o que significa olhar para dentro, Ju?
Não sou a detentora da verdade, até porque ninguém é. Mas, do que tenho de conhecimento teoria X prática, “olhar para dentro” para mim é:
– Por mais subjetivo e complexo que pareça, o primeiro grande passo para “olhar para dentro” é literalmente prestar a atenção em si, do que acontece com as nossas emoções, sentimentos, pensamentos, etc. Se não estamos bem, se temos dificuldade de lidar com determinadas situações, se não conseguimos controlar pensamentos negativos e emoções desequilibradas, se estamos infelizes em algum setor da vida, é um sinal de que não estamos nos cuidando, de que as coisas não andam bem. Assim, é preciso fazer algo!
Olhar para fora seria ignorar tudo isso, se ocupar cada vez mais de coisas mundanas, profissionais ou o que quer que nos tire o foco de lidarmos com nossos próprios problemas… arrumar desculpas (‘não tenho tempo, não tenho dinheiro, e por aí vai…’). Olhar para dentro é aprender a se autorresponsabilizar pelo que nos acontece, enquanto olhar para fora é buscar sempre culpados pelos nossos infortúnios. É aprender a estar na própria companhia e parar, desligar os estímulos externos e se sentir. É sair do piloto automático e levantar questionamentos: “de onde vem meus traumas? Por que tenho determinadas dificuldades? Qual a história da minha família, da minha vida? O que me faz feliz? O que eu realmente estaria fazendo se seguisse meu coração? Por que tenho dificuldade em dizer não, me sobrecarregando de responsabilidades dos outros? Por que tenho medo da rejeição, de não ser aceito?” E por aí vai…
Então passamos ao segundo passo…
– Desenvolver o “olhar para dentro” exige, e muito, conhecimento! Assim, é preciso prestar a atenção no tipo de conteúdos que estamos consumindo. Se nunca tiramos tempo para uma leitura ou uma palestra/vídeo edificante, que apresenta reflexões e saberes sobre a vida, não é possível olhar para dentro. É buscar um conhecimento que nos ajuda a compreender melhor a vida: autoconhecimento, espiritualidade (que NÃO tem a ver SÓ com Religião), inteligência emocional, práticas alternativas de saúde (se não gosta de ‘paranauês’ espirituais, é só buscar como levar uma vida mais equilibrada com alimentação x exercícios físicos x cuidado da mente e do corpo).
É desenvolver uma relação diária com uma Sabedoria maior que nos rege. Mas Ju, e como fazer isso? Chegamos ao terceiro passo:
– Pelo menos na minha experiência, acredito que aprender e trilhar um caminho de “olhar para dentro” é muito difícil quando se tenta sozinho. Assim, precisamos uns dos outros. Principalmente, de profissionais capacitados para nos auxiliar a chegarmos às respostas de nossas perguntas. Por isso, acredito MUITO em terapia e todo mundo deveria fazer! E não, desabafo com amigos e familiares não é a mesma coisa, sinto dizer. É preciso uma visão neutra e imparcial de alguém para nos indicar o caminho. Há milênios, os maiores filósofos e sábios da história sabiam e praticavam a importância da relação Mestre x Discípulo.
É preciso que alguém nos apresente uma Chave, caso contrário, por conta própria corremos o risco de ficar muito somente na superfície. E quando falo em terapia, falo em qualquer tipo: a tradicional, a alternativa, grupos de apoio, cursos, etc. Tem cursos que são verdadeiras Reformas Íntimas. Mas é preciso ir buscar…
Atualmente, não há mais como arranjar desculpas. Há oportunidades ao redor do mundo todo, sem contar a internet, dos mais variados tipos, tamanhos e preços. Conheço pessoas que mudaram totalmente de vida ao apenas assistirem vídeos gratuitos no YouTube. Mas é preciso querer. E, após querer, é preciso sim ir atrás…e já adianto, aprender a se autoconhecer e olhar para dentro dá trabalho, dá muito trabalho!
O compromisso é diário, constante, para a vida toda. Vale a pena? Ô se vale! Ter as rédeas da própria vida nas mãos não tem preço que pague. Sentir-se bem consigo mesmo, conseguir sentir o amor próprio e das pessoas ao redor, estar em um emprego que satisfaça, um relacionamento enriquecedor (de coisas boas), estar em paz com a própria consciência e conseguir promover a paz com as pessoas… enfim, a lista é grande e é do tamanho proporcional ao quanto nos dispomos a percorrer esse caminho.
Não acredita? Experimenta tentar… depois me conta 😉