Muitos de nós acreditamos que a verdadeira felicidade não existe. Que ela foi algo que alguém inventou por aí e nos fez acreditar que era possível tê-la também. Quando fomos vendo que era difícil realmente encontrar a tal da felicidade, passamos a acreditar que ela de fato não existe.
A questão da felicidade não é algo extremamente complexo e filósofos da antiguidade já se preocupavam em abordar sobre o assunto. Abordagens essas que eram simples, porém profundas. E essa é a grande chave da questão.
Quando falamos em profundidade, entramos no campo do SER e não do TER. E foi aí que nos perdemos no meio do caminho nesses séculos todos e passamos a complicar tudo, quando acreditamos que felicidade era sinônimo de TER.
Como diz uma frase de Buda: “não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho”. A felicidade, assim como tantas outras questões que buscamos, como a paz, a plenitude, o equilíbrio, são estados de espírito, filosofias de vida, que estão inerentes às nossas virtudes, à nossa essência, à nossa alma.
A felicidade está inerente às nossas decisões. O simples, mas importante, decidir se vou ser feliz ou não. E isso exige uma longa caminhada de busca da evolução espiritual. Felicidade vem de sabedoria e só conseguimos conquistá-la na prática, errando e aprendendo. Por isso, não pretendo esgotar o assunto sobre felicidade em apenas um post.
Então, para trazer um pouco para o campo prático, percebo que existem algumas atitudes que temos em nossa vida que tem dificultado esse trilhar da felicidade. Erros que estamos cometendo que estão tornando a nossa vida mais sofrida desnecessariamente. É o simples decidir. Vamos a eles:
1º erro: Comparação
Como não temos o costume de olhar para dentro, nos cuidarmos, vivermos a nossa reforma íntima, olhamos só para fora. E aí entram as comparações. Ficarmos nos comparando com os outros é garantia de sofrimento. Pois cada um tem a sua jornada, seus ônus e bônus, e não sabemos o que de fato acontece com cada um. Mal sabemos o que acontece conosco, o que dirá com os outros! Não, a grama do vizinho não é a mais bonita, a grama mais bonita é a de quem cuida da própria grama. E tendo a nossa grama verdinha, amada e cuidada, a felicidade brota!
2º erro: Julgamento
Quando só nos preocupamos em julgar como os outros agem ou deixam de agir, como os outros são ou deixam de ser, perdemos muita energia e atraímos o sofrimento. Não cabe a nós julgar ninguém e, quando julgamos, passamos a sofrer pelas mazelas dos outros. E isso é, desculpe a franqueza, burrice! Ouço muitas vezes as pessoas falarem: “me estresso porque não concordo com a forma com que o fulano faz tal coisa”. De quem é o problema, então? Não temos como mudar o outro ou definir como o outro deve viver ou não. Temos, sim, como nos mudarmos e escolhermos como devemos viver! Então não esqueça, enquanto apontamos um dedo para alguém, tem três apontando para nós. Quem só olha para o outro esquece de si, e felicidade nenhuma chega perto de quem não cuida da sua própria evolução!
3º erro: Auto envolvimento
A grande maioria das pessoas sofre de problemas de autoestima e isso, com certeza, gera infelicidade. Ao não nos cuidarmos, não nos amarmos, não buscarmos viver nossa reforma íntima e nossa evolução, vivemos encontrando defeitos e problemas em nós. E isso faz com que criemos uma série de situações imaginárias em nossa mente nos auto envolvendo em tudo o que acontece ao nosso redor! É até contraditório: pessoas com baixa autoestima acreditam que tudo gira em torno delas. “Se fulano fez tal coisa, ele está bravo comigo. Se beltrano não me deu oi, foi algo que eu fiz. Alguém olhou torto, é por causa da minha aparência. Se há pessoas cochichando, é sobre mim”. E, nossa, uma vida assim demanda muita energia e a felicidade, sem sombra de dúvida, não encontra espaço para se aproximar. Lembre-se: nem tudo é sobre você. E está tudo bem! Interiorizar isso é libertador e liberdade é sinônimo de felicidade!
4º erro: Expectativa
Não é preciso muito para concordarmos que muito de nosso sofrimento e infelicidade vem de frustrações, com as situações e, principalmente, com as pessoas. Mas, se eu estou frustrada com alguém, a culpa realmente é de quem? Excesso de frustração vem de excesso de expectativas. E colocamos expectativas demais em tudo, por não cuidarmos do que realmente é importante: nós mesmos. As expectativas grandiosas devem ser em relação a nós mesmos e não aos outros. Cuidarmos de nós faz com que nos preocupemos em sermos exemplos e, aí sim, teremos moral para cobrar ou esperar algo de alguém. Antes disso, é inútil e em vão. Viver esperando faz com que muitas vezes a felicidade até tenha aparecido, mas não a enxergamos pois estávamos focados em outra coisa. Foco em nós mesmos é um convite à felicidade!
5º erro: Controle
Por não sabermos exatamente o que a felicidade significa, passamos a condicioná-la: só vou ser feliz quando… tiver uma casa assim, um casamento assado, um carro x, um emprego y. E passamos a ser extremamente controladores por conta disso. Fazemos um esforço enorme para conseguirmos tudo que queremos no tempo que achamos correto, gerando muito controle. E a vida não funciona assim. Não temos controle sobre nada. O amanhã a Deus pertence, por isso, esperar amanhã para ser feliz é não a encontrar nunca. A felicidade é agora, hoje, com o que temos, com o que somos. Devemos, sim, preocuparmo-nos em fazer a nossa parte. De resto, é esperar que o Universo mexa os pauzinhos para que tudo aconteça como e quando tem que acontecer. E aí sim, a felicidade vem junto!
Espero que essas dicas possam ajudar um pouquinho. Não se preocupe, não é pra fazer tudo pra ontem. É assim mesmo, aos poucos, um passo de cada vez. E aí estaremos prontos para abordarmos outras questões que envolvem a felicidade. Um degrau de cada vez.