É preciso falar de pais e filhos. Da relação kármica e espiritual que há entre os rótulos mãe, pai, filho e filha. Para uns, esse assunto pode ser complicado e, até, traumático. Para outros, um pouco mais leve. Para outros, ainda, um assunto que é puro amor.
Minha crença é reencarnacionista, portanto, há muito mais na relação entre pais e filhos do que a mente material e racional pode entender.
Se a morte não é o fim… o nascimento não é o começo.
De qualquer forma, muitas pessoas nascem e crescem com aquela visão dos pais como seus heróis. Aqueles que serão fortalezas, porto seguro, sem defeitos, sem problemas, sem falhas… E, na medida em que vamos crescendo, vamos percebendo que a realidade não é bem assim. Então, passamos a conhecer sentimentos como decepção, frustração, mágoa, tristeza, desamparo.
A visão espiritualista e reencarnacionista nos traz que, ao descer para a Terra para mais uma experiência de evolução, precisamos, entre outras tarefas,
harmonizarmo-nos com espíritos conflitantes. Isto é, teremos resgates kármicos com certas pessoas que tivemos problemas em vidas passadas, desde os mais graves até os mais brandos. Pessoas que, ou nos causaram danos, ou vice-versa, ou foram danos mútuos.
E quanto maior o resgate kármico, mais próximo de nós essas pessoas estarão. Por isso, o karma coloca
pais e filhos nessa tarefa que é, se não a mais importante, uma das mais importantes a cumprirmos na nossa jornada terrena. Pois não há “ex-pai… ex-mãe… ex-filho”. O vínculo paterno e materno é o mais forte que, na visão do karma, é ideal para a evolução e a harmonização daqueles espíritos.
Aí você pode estar se perguntando: – “mas Ju, karma parece algo ruim, e eu amo meus pais, não tenho problemas com eles, então onde estaria o karma aí?” Os laços com pessoas em uma encarnação podem se dar ou por dívida kármica, ou por sintonia. Isto é, devido a algum merecimento nosso e da outra pessoa, temos a oportunidade de conviver com alguém que amamos e temos uma sintonia muito boa. Alguma relação que vem dando certo, portanto, o karma permitiu que pudéssemos continuar com esse bom trabalho.
Sendo assim, pode ser que, dependendo do plano reencarnatório, estarão ao nosso lado, como nossos pais, ou espíritos que temos muito amor ou, até, que trazemos um profundo ódio ou mágoa que vêm de vidas passadas. Independentemente do grau de resgate, a questão central da nossa encarnação é que precisamos desenvolver o
amor incondicional, seja por nós próprios, seja pelas pessoas de nossa família e como um todo.
E isso pode significar algo relativamente fácil para alguns e absolutamente difícil para outros. Como nos disse Madre Teresa de Calcutá,
“é fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado”.
Dentro do desafio de desenvolver o amor incondicional, entram exercícios de compreensão e aceitação. Condição esta que é possível através do
autoconhecimento pois, uma vez que me conheço e sei das minhas fragilidades e as entendo, entendo a origem delas, passo naturalmente a entender as das pessoas ao meu redor.
Sei que é um assunto que gera muitas dúvidas e incompreensões. E sei, também, que apenas em um texto não é o suficiente para abordar tudo que seria necessário sobre essa importante tarefa kármica que trazemos na bagagem. Em uma Regressão a Vidas Passadas em que auxiliei, certa vez, os Mentores nos disseram que a grande maioria dos espíritos que vêm para a Terra não está preparada para ser pai ou mãe. Mas que muitos estão fazendo
o máximo que podem.
E é nessa questão que quero chegar. Seja pai, mãe, filho ou filha… isso são somente
rótulos, rótulos da nossa casca material, porém em essência, somos todos espíritos irmãos. Uma pessoa pode fazer uma Regressão, por exemplo, e descobrir que em outra vida foi mãe da sua mãe hoje, ou irmã de seu pai, e por aí vai. Portanto, rótulos… e muitos problemas começam justamente por nos apegarmos demais a esses rótulos.
“Como um pai pode agir assim, ele é pai?! Como uma filha pode fazer o que fez, que absurdo! Uma mãe que age assim não pode ser chamada de mãe”. Fatos assim acontecem aos milhares e, realmente, a visão material não permitiria maior compreensão. Porém, quando colocamos a reencarnação na lente de enxergar essas situações, um pouquinho de entendimento conseguimos alcançar. Afinal, um filho pode fazer o que fez pois ali estava uma grande desavença sua de vidas passadas e, mesmo sem saber e entender, tinha sentimentos de ódio e raiva, por exemplo. (Embora nenhum ato contra outra pessoa se justifique)
Então, estamos aqui para entender, compreender e resgatar dívidas com esses espíritos que, sim,
são iguais a nós. Como já dizia a letra de uma música escrita por Renato Russo:
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer
Para finalizar, trago uma mensagem lindíssima e que contém informações valiosas sobre nossa relação de filhos para com os nossos pais, que recentemente recebemos dos Mentores em um grupo em que participo.
“Ter amorosidade e tolerância com os nossos Pais, de sentimento. Isso vai chegar até a pessoa, mesmo que não seja verbalizado. Precisamos nos lembrar das Ilusões dos rótulos. Pensamos que os nossos pais têm que ser Fortalezas e, às vezes, são mais perdidos do que nós. Podemos ser como um farol a guiá-los também, com paciência e amorosidade. Eles tentam passar a imagem de fortaleza, mas por dentro parecem crianças perdidas, carentes, precisando de atenção e de muita compreensão da nossa parte. Precisamos olhar para eles não como Pai e Mãe e, sim, como irmãos de jornada. Os Mentores sabem que muitas vezes os pais não querem receber ajuda ou admitir fragilidades. Nosso papel é compreender, não por aceitação passiva, mas refletir, se colocar no lugar do outro e sentir com o coração que há essa compreensão. Às vezes, nós, filhos, demandamos de uma grande energia pensando e tentando ajudar, como fazer e falar, mas por dentro estamos com cobranças, intolerâncias e julgamentos. A própria não abertura dos pais pode ser uma resposta a essa energia. Se muitas vezes nos mantivermos calados, mas com sentimento de compreensão, amor e compaixão pelo outro já bastaria. No sentido “já faríamos a nossa parte em ajudar”. Ajuda nem sempre vem por ação ou comunicação verbal, vem por energia. Quanto mais pudermos nos aprofundar na Reforma Íntima, mais conseguiremos colocar isso em prática. E não precisa se preocupar se vai levar uma vida inteira. Quando brotar o sentimento no coração, genuinamente, compensará tudo. Mesmo que seja um lampejo, uma tentativa humilde, daquelas que a gente sinceramente diz que vai tentar sabendo que é difícil, vale muito mais do que ações grandiosas. Aquele momento em que conversamos com Deus: “Sim, vou tentar amar mais a minha Mãe e o meu Pai, sabendo que muito do que eles apresentam eu também tenho”. Isso representa muito mais do que estar num ginásio com 5 mil pessoas falando palavras bonitas. Reconhecer e tentar. E tentar não é um verbo errado. Dizer que vamos tentar é uma maneira de, após reconhecermos as nossas fragilidades, agir para melhorar. Dizer que não se deve usar o verbo tentar, pois dizer que vai tentar já está afirmando que não vai conseguir, é se auto impor inconscientemente uma falsa força que nos fará nos exigir demais. Não há mal nenhum em tentar, desde que se reconheça humildemente que é preciso fazer algo, e que temos dificuldades e fragilidades para isso. (Mensagem canalizada através de uma RAD – Regressão à distância – em 29 de março de 2017).
Que essa mensagem possa aliviar um pouco seu coração e lhe ajudar a entender um pouco mais sobre seu papel como filho(a). Afinal, o karma coloca nossos resgates bem pertinho de nós para que possamos aprender, principalmente pela
Lei do Espelho. Sim, somos unidos pela Lei da Afinidade, onde semelhante atrai semelhante, portanto, talvez tudo aquilo que você
mais rejeita em seus pais diz muito mais sobre você mesmo do que você imagina.
Não há como reconhecer algo que já não esteja dentro de nós. Mas isso é assunto para um próximo texto! 😉
Esta mensagem deve ser replicada ao maior número de pessoas possíveis, pois pode ajudar muito! Por isso, sinta-se livre para compartilhar em seus círculos sociais.